Estava procurando um bom tema e
buscando inspiração que servisse de tapete vermelho na estreia dessa tag. Inevitavelmente,
pensei no dia dos namorados. Não sou fã, não vejo nada de especial, mas também
não condeno quem curte. É até bonitinho sim, ver aquele monte de casais andando de
mãos dadas como se fossem correntes arrebentadas sempre em dois. Parece que tudo
é dourado com coraçõezinhos, os sapos viram príncipes. Abrem a porta do carro, ajeitam
a cadeira, dão flores. Enfim. Vamos aproveitar esse clima de romance no ar e
toda a inspiração desse dia em que os brutos também amam. Vamos falar sobre
relacionamentos. “Você não é a pessoa mais indicada para falar disso, Lady Day.
Está solteira!” Na verdade, sou a pessoa adequada. Pois estou sã! Nunca leu
naqueles papéis do bombom
“Se você está se
sentindo
estranhamente feliz
e sorridente, das duas, uma:
ou está apaixonado, ou ficou
louco. No fundo não faz
muita diferença.”?!
estranhamente feliz
e sorridente, das duas, uma:
ou está apaixonado, ou ficou
louco. No fundo não faz
muita diferença.”?!
Quando nos apaixonamos ficamos estrábicos,
cegos, surdos, bobos. Não está errado, não! É uma delícia. Mas convenhamos que seja
um tanto quanto desesperador. Só me apaixonei uma vez e à primeira vista! O que
é pior/melhor (não sei). Foi terrível! Perna bambeia igual vara verde, mãos
absurdamente trêmulas, o sangue todo correndo pro rosto, borboletas no estômago,
calafrio no corpo todo, uma vontade esquisita de sorrir sem motivo algum, ou
com o melhor dos motivos. Coisas estranhas e involuntárias acontecem. E tudo
por causa de um sorriso. Não conseguia nem olhar pro sujeito. Aliás, odiava ter
de vê-lo. Fingia que não via mesmo. E por quê? Porque diferente de outras
corajosas por aí, eu sou tímida, e controladora. Imagina se eu iria admitir pra
mim mesma que tinha perdido o controle sobre mim! Nunca! Além do mais sou uma
romântica incorrigível e à moda antiga. Preciso ser cativada. E muitas mulheres
ainda são assim. E muitos homens ainda são cavalheiros.
Outras no meu lugar passariam o
telefone, puxariam conversa, mas sei lá. Sei lá se quando uma pessoa passa por
isso ela raciocina direito. Acho que na verdade todo mundo fica tolo, perde o
compasso, a compostura, o rebolado, desce do salto. Química? Física? Filosofia?
Olfato? Hormônios? Seja o que for. Tanto faz! Quem se importa com a origem? Não
concordo com a expressão “Amor à primeira vista” (talvez eu tenha lido isso num
papel de bombom também). Paixão à primeira vista, sim. Avassalador, euforia e aparentemente
permanente.
Quando o pra sempre acaba... Parece
que ninguém se iguala ou supera, que ninguém nunca mais vai fazer seu coração
acelerar e parar numa fração de segundos novamente? Parece?! Parece. Só parece.
Ruim saber disso? Sim. Muito. Mas felizmente a vida tem surpresas. É só ele(a)
que você quer? Eu sei. Mas amanhã é outro dia, calma! Quando fere, cicatriza. Mas
só com o tempo. E cá pra nós, “Triste é não chorar...”! Foça, músicas
deprêshow, “filmes de mulherzinha”, fuçar constantemente nas páginas de
relacionamento dele(a), são coisas e atitudes normais. Mas chega uma hora que
tem que tirar o pó da roupa, jogar as fotos pro alto, bater os pés e seguir
outra trilha. Cuidar de si. Um amigo sempre me diz “Cuide de seu jardim, não
persiga as borboletas. Elas virão!” O mundo está cheio de mulheres e homens
incríveis.
Procure algo que goste de fazer,
distraia-se, reflita, vá ao cinema, ao teatro, sozinho, sim. Ou não! Viva. As
coisas devem se encaixar, devem voltar, ou encontrar seus eixos. Encontre algo
em que seja bom e aperfeiçoe-se. Crie e encontre possibilidades. Chore quando
der vontade, fale sobre, fale sozinho, fale pelos cotovelos. Pense e sinta
saudade, prova que valeu à pena. Mas não sofra. Porque o que te faz mal não
merece estar vivo, não merece ser alimentado. Se não consegue esquecer, ou se
ficou tudo muito mal resolvido, se ninguém é assim, extraordinário como ele(a),
toma coragem cidadão! Só os corajosos merecem a felicidade.
Conheço gente que viveu e morreu
de amores por alguém que não merecia, não deu certo, terminaram. Encontraram
outros, deu certo. Conheço gente que viveu e morreu de amores e ressuscitaram
juntos. Sim, juntos. Conheço gente que se apaixonou só uma vez pra todo o
sempre. Aí sim, virou amor com o tempo, passaram por tempestades e o amor
sobreviveu a todas sempre. Sortudos! Sim. “O amor precisa da sorte”. Conheço
gente que nunca se apaixonou, mas é apaixonado pela ideia de se apaixonar.
Conheço gente que já se apaixonou, mas nunca teve coragem de dizer. Conheço
gente que ainda é apaixonado, mas “desencanado” (se é que tem como ser
indiferente a isso). Conheço gente que não disse quando era tempo e até hoje se
martiriza, mesmo com uma vida toda estruturada, porque morre de saudades do que
era pra viver. E conheço gente que se apaixona todo dia.
Vocês não podiam ficar juntos.
Mas talvez um dia possam. Talvez nunca possam. Mas então, o mundo está aí,
cheio de amores imperfeitos, de desencontros. De pessoas que se amam, mas não
podem ou não conseguem ficar juntas. De boas histórias mesmo mal acabadas.
Talvez vocês sejam mais um desses casos bonitos de contar pros netos. De virar
livro, filme. Desses sentimentos incompreendidos. Dessas etapas, desses ciclos
do tempo. Dessas pegadinhas de algum deus. Desses erros acertados. De um dos
eternos veraneios.
Minha paixão, não me arrancou
pétalas. Deixou saudades sim. Muitas. Mas não tenho raiva. Acho que o maior
erro do ser humano é tentar fazer de tudo o que foi bom algo ruim só porque
acabou. Mas existem coisas que tem que ser e outras que tem que passar.
Aprender algo com tudo de bom e/ou ruim que me acontece é algo em que eu
trabalho todos os dias. A vida é a vida. Precisa-se ser um bom ator e
malabarista para sobreviver às montanhas russas. Com certeza não valorizaríamos
os bons momentos se não houvesse os ruins.
Então eu não faço questão de
esquecer. Cada detalhe me importa, me comporta, me conforta. E estando sozinha
ou bem acompanhada, eu vivo. Um brinde à vida e à chance de sermos felizes. À
possibilidade de encontrarmos o tal amor da vida numa fila de banco, num dia
qualquer de transito caótico, nos lugares que frequentamos, no metrô, quando o
pneu do carro furar ou em qualquer outra situação. Um brinde a quem já
descobriu que sabe que aquele outro é mesmo tudo aquilo o que faltava. O hoje é
só o hoje, “uma bobagem, uma irrelevância diante da eternidade do amor de quem
se ama”.
9 comentários:
Belo post girl, amo a data mais por ser meu niver de namoro do q pelo dia dos namorados, faço no msm dia então é amor em dobro rsrs..
Quero parabenizar a linda Karol pelo seu blog e amei o novo design, tá luxoOo, já tive um layout lindo preparado por ela com tdo carinho e sua atenção me encanta, bjim karol e meninas =) e ahhh me visitem girls
Papéis de Serenata de Amor: dando conselhos amorosos com sabor de chocolate desde muito tempo (:
Ótimas reflexões além do texto muito bem redigido.
huuum... Muito obrigada pelos elogios! Aos dois! ;) É Karolzinha.. caminhando para o sucesso Minha Pequena! *-*
Não gosto muito da data dia dos namorados, mas confesso é uma ótima desculpa para ficar agarradinha com o mô.
http://prefiroserrainha.blogspot.com.br/
Apenas mais uma demonstração do seu talento, espero pelos próximos, os lerei com extremo orgulho...Até.Parabéns!
Muito obrigada Sebah! Prometo não decepcionar! haha
é realmente uma excelente coincidência Aláina, Parabéns(atrasadíssimo)! rsrs
Sério obg por essas palavras,que eram tudo que eu precisava ler,amei o texto,continue com inspirada '-'
Que bom que te ajudou Raísa, fico muito feliz! Enquanto houver inspiração eu escreverei! Obrigada pela força!
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